
O estilo de Turner, seus pontos fortes e fracos, são lá assunto válido de debate. O homem ficou conhecido por ser um desenhista de “gostosas”… o que quer dizer que, assim como J. Scott Campbell, Al Rio e Mike Deodato, sua arte apelava bastante para o que se chama em quadrinhos de “fan service”: imagens de garotas com proporções de atriz pornô em poses sensuais e com pouca roupa, normalmente sem muita relação contextual com a história sendo apresentada. Além disso, ele pecava pela estilização acentuada e detalhismo excessivo e desnecessário que marcou muitos outros desenhistas da “geração Image”. Mas… ele era um designer criativo e talentoso, capaz de criar imagens icônicas e de forte impacto, para não dizer muito belas. Mais importante ainda: ele foi um homem que, vitimado por uma espécie agressiva de câncer nos ossos, que pôs fim a sua carreira de esportista e lhe obrigou a passar por uma série de cirurgias dolorosas e sofridas (incluindo a retirada de seu quadril), ainda assim perseverou desenhando, trabalhando e criando até o fim. É um erro dizer que Turner perdeu a batalha contra a doença. Ele não permitiu que a dor o desviasse um iota de seu sonho e viveu sua vida com intensidade e qualidade até o seu final. Pra mim, ele venceu.
Texto de Felipe de Amorim
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