
O Ministro da Cultura deu uma entrevista no Brasil à Folha Online. Essa entrevista foi já comentada por outrem a propósito de algumas imprecisões do entrevistado. Cumpre-me, com plena consciência da gravidade do momento que vivemos e das minhas responsabilidades enquanto professor, investigador, pai e cidadão, apontar deficiências preocupantes nas declarações do Ministro e endereçar uma pergunta a Sua Excelência.Destaco da entrevista uma única resposta (citando o texto original em ortografia e sintaxe brasileiras):Pergunta: Quais as principais críticas feitas ao acordo, em Portugal?Pinto Ribeiro: Nós fizemos cinco revisões ao longo do século 20. E não morreu ninguém. Compreende-se que, quando mudou de cisne com “y” para “i”, o Fernando Pessoa disse “eu vou continuar a escrever com y, porque me lembra o pescoço do animal”. E não aconteceu nada, ele fez muito bem. Mas, por outro lado, ninguém quer que haja nenhuma perturbação na alteração, porque não estamos a tratar do léxico, da sintaxe, estamos a falar apenas da ortografia. E são muito poucas palavras. Mas, por que é necessário alterar? Porque sem uma alteração ortográfica nós não temos uma política internacional comum para a língua. Não temos motores de busca que vão atrás de quatro versões gráficas da mesma palavra. Não temos um programa informático que varie em função dessas coisas. E, se variar, fica muito mais caro. O acordo ortográfico nos permite perceber que, se os brasileiros passaram a escrever segundo uma norma fonética, diferente da portuguesa, foi porque dom João 6º, quando veio para o país, trouxe a imprensa, os juízes, os funcionários, o Estado todo. Mas não trouxe dicionários. E não trouxe por quê? Porque a Academia Portuguesa, em 1793, portanto 15 anos antes da sua chegada, fez a letra “a” do dicionário da língua. Mas nunca se fez a letra “b”, “c” etc. Todas as outras academias de língua européia fizeram no século 18 seus dicionários de língua. Nós não fizemos.
Publicada por António Emiliano
Nome oficial - República Portuguesa
Fundação do Estado - 1139 (aclamação do Rei D. Afonso Henriques); primeiros actos de soberania de D. Afonso Henriques - 1127*
Instauração da República - 1910
Sistema Político - democracia
Símbolos Nacionais - Bandeira Nacional e Hino Nacional
Festa Nacional - 10 de Junho - Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Língua - português (existem também duas pequenas áreas onde se fala mirandês, derivado do asturo-leonês, e barranquenho). O português é ainda língua oficial noutros sete países e é falado por mais de 200 milhões de pessoas
Fundação do Estado - 1139 (aclamação do Rei D. Afonso Henriques); primeiros actos de soberania de D. Afonso Henriques - 1127*
Instauração da República - 1910
Sistema Político - democracia
Símbolos Nacionais - Bandeira Nacional e Hino Nacional
Festa Nacional - 10 de Junho - Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Língua - português (existem também duas pequenas áreas onde se fala mirandês, derivado do asturo-leonês, e barranquenho). O português é ainda língua oficial noutros sete países e é falado por mais de 200 milhões de pessoas
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